Podem-me acusar do "crime" de ser um pró-russo irredutível à vontade, que eu continuo a insistir: a melhor forma que Portugal tinha para garantir a integridade territorial do seu Império durante a Guerra Fria, teria sido através de uma aliança estratégica com a União Soviética.
Porque é que eu defendo esta tese, digamos, algo "exótica"? Porque, muito simplesmente, os nossos ditos "amigos e aliados" do Ocidente e da NATO, na realidade, sempre nos quiseram roubar e sempre fizeram de tudo, para subjugar e humilhar Portugal. A Rússia, pelo contrário, nunca nos fez mal nenhum e foi até em grande parte devido às pesadas perdas que a Rússia infligiu a Napoleão, que nós portugueses nos conseguimos libertar da escória francesa e da sua treta maçónica do "liberté, egalité, fraternité!".
A verdade é que desde as investidas de Castela, à carnificina da Primeira Guerra Mundial, passando pelas invasões de Napoleão, Portugal tem todos os motivos e mais alguns para se queixar e até mesmo virar as costas, a grande parte do Ocidente que, como a história já demonstrou sobejamente, não é confiável, nem honra os compromissos que assina. Ora, é precisamente por serem países que se encontram nas fronteiras da Europa e serem muito diferentes dos outros países europeus, que Portugal e a Rússia poderiam e deveriam de ter traçado um caminho comum durante a Guerra Fria e não só.
Os portugueses e os russos, historicamente habituados ao velho espírito do "desenrasca" a qualquer custo, perante circunstâncias adversas, por mais estranho que isto possa parecer, são dois povos que têm em termos de mentalidade muito mais em comum, do que por exemplo com ingleses, alemães ou holandeses. O tipo de Colonialismo praticado pelos portugueses, foi também muito diferente daquele que foi praticado no resto da Europa e o mesmo se pode dizer do Imperialismo Russo, que muito à semelhança do português, nunca foi um Imperialismo racista ou xenófobo na sua essência e levou a religião cristã até Vladivostok, sem desrespeitar no geral os costumes e as tradições locais, que ao longo de séculos foram sendo absorvidas e integradas na grande Nação Russa.
Salazar, obviamente, não entendia nada disto e mesmo que entendesse, pouca diferença faria, pois ele era demasiado anti-comunista e dogmático do ponto de vista ideológico, para mudar o rumo da sua política numa direcção pragmática e flexível o suficiente, de forma a procurar alianças estratégicas e garantias de segurança concretas, fora do Ocidente e muito menos, em países governados por regimes comunistas. Salazar foi portanto, não o único, mas o principal culpado pelo desfecho trágico que o Império Português teve nos idos de 1974-1975.
Foi o governo de Salazar que criou todos os problemas que Portugal teve com a URSS/Rússia, não só porque não se manteve devidamente neutro durante a Guerra Civil de Espanha, como ainda teve o desplante de apoiar Hitler na sua guerra contra Moscovo, de forma discreta, mas segura. A bofetada suprema na cara da União Soviética, que havia perdido mais de vinte milhões dos seus cidadãos a combater o Nazismo, foi a declaração de três dias de luto nacional da parte do governo português, pela morte do Führer que no fim, totalmente cercado pelo Exército Vermelho em Berlim, não teve outra opção a não ser enfiar com um tiro na própria mioleira. Salazar, certamente, não teve noção do grave insulto que praticou assim contra os soviéticos/russos, que orgulhosos como são e sempre foram, compreensivelmente juraram vingança contra Salazar e Portugal.
É a partir do fim da Segunda Guerra Mundial e em consequência do apoio encapotado de Salazar a Hitler, que a União Soviética começa a preparar a sua grande e verdadeira retaliação contra Portugal. A entrada de Portugal na NATO e a sua aliança estratégica com os americanos e ingleses, só vieram agravar o desejo soviético de castigar Portugal e remover Salazar e a União Nacional do poder. Verdade seja dita, que nem tudo estava ainda perdido e quando começam os problemas em África, a melhor coisa que o governo de Salazar poderia ter feito, era entrar directamente em negociações com Moscovo e com o Partido Comunista Português, de forma a encontrar uma solução diplomática para o conflito, o mais rapidamente possível.
Havia várias soluções e alternativas que podiam e deviam ter sido exploradas por Salazar, de forma a manter a integridade territorial de Portugal. O governo de Salazar, poderia, a título de exemplo, ter cedido a Moscovo bases militares em África e poderia também, ter celebrado acordos de ajuda mútua, tanto económica, como militar, em troca do apoio da URSS, para acabar de vez com o apoio aos movimentos ditos de "libertação" em África. Portugal não precisava, nem nunca precisou, de estar "orgulhosamente sós" e se o estava, era única e exclusivamente por culpa do professor de Santa Comba Dão, que não tinha o pragmatismo e a dinâmica política necessária, para governar um País com a dimensão e a diversidade cultural do "Portugal do Minho a Timor", muito menos num período tão exigente e conturbado em termos de relações internacionais, como foi o da Guerra Fria.
Hoje, em 2022, eu temo muito sinceramente pelo futuro de Portugal, que parece estar definitivamente condenado a um lento, mas gradual desaparecimento, se os traidores à Pátria e o regime pseudo-democrático que desde 1974 (des)governa Portugal, não forem batidos de vez para o caixote de lixo da história. Tal como na última Guerra Fria, mais uma vez, Portugal está a ser arrastado por maus caminhos pelos seus falsos "amigos e aliados" do Ocidente e da NATO. Portugal não é hoje um País independente e tem uma política económica, financeira e externa, que é decidida inteiramente por Washington e Bruxelas.
O governo dito "português", na prática, não passa de um mero porta-voz do Império Anglo-Sionista, onde os interesses de Israel e da judiaria sionista internacional, têm sempre prioridade.
Em termos defensivos, temos umas Forças Armadas que prestam um mau serviço à Pátria e que estão pejadas de oficiais carreiristas, vendidos e traidores, que parecem mais interessados em servir a criminosa NATO - que como todos sabemos é o braço armado dos Rothschild e das forças da Nova Ordem Mundial - do que em defender Portugal. Por fim, e como se tudo isto já não bastasse, graças à diplomacia externa do governo de António Costa, somos agora também um País considerado "hostil" pelo Eixo Sino-Russo, o que pode e vai necessariamente, acarretar sérias consequências negativas para o futuro de Portugal e dos Portugueses, se o regime em Lisboa, entretanto, não alterar a sua postura para com Moscovo e continuar a insistir em ser uma mera prostituta ao serviço dos interesses anglo-sionistas.
A grande Batalha que está hoje a ser travada no Mundo e no meio da qual países como Portugal se encontram, é uma Batalha existencial entre as forças da Civilização e as da Anti-Civilização:
https://thesaker.is/civilisation-and-anti-civilisation/
Portugal, escusado será dizê-lo, por via da sua errónea política de alianças geopolíticas, encontra-se neste momento do lado da Anti-Civilização e das forças negras de Satanás. Isto não é apenas trágico, mas certamente fatal no médio/longo prazo, se tudo continuar como está, no célebre "jardim à beira-mar plantado"...